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Definição de MasterMind

  • Napoleon Hill
  • 1 de jul. de 2016
  • 20 min de leitura

https://youtu.be/I3HujyvMWw0

O triunfo é, em grande parte, uma questão de ajustamento do indivíduo ao ambiente da vida, sempre variado e em contínua transformação, num espírito de harmonia e equilíbrio. A harmonia é baseada na compreensão das forças que constituem o ambiente de cada um; assim, este curso é, na realidade, um projeto, uma “planta” que pode conduzir diretamente ao triunfo, porque ajuda a pessoa que o segue a interpretar, compreender e tirar o máximo dessas forças que a rodeiam.

O seu objetivo, ao organizar este curso de lei do triunfo, foi duplo: primeiro, ajudar o leitor a descobrir qual é a sua fraqueza; em seguida, auxiliá-lo na criação de um plano definitivo para suplantar essa fraqueza.

Os homens e as mulheres que alcançaram mais sucessos na vida tiveram que corrigir certos pontos fracos na sua personalidade antes de trilhar a estrada do triunfo. As mais destacadas dentre as fraquezas que se interpõem entre as pessoas e o triunfo são: a cupidez, a violência, a inveja, a desconfiança, o espírito de vingança, o egoísmo, a tendência para colher onde não se semeou e o hábito de gastar mais do que se ganha.

Nenhum homem terá chance para desfrutar um triunfo permanente se não começar por olhar-se num espelho para descobrir a causa real de todos os seus erros.

Napoleon Hill

Encontra-se aí a descrição de uma lei de psicologia recentemente desco­berta, e que é o alicerce de todas as realizações pessoais. A essa lei o autor deu o nome de Master Mind, o que significa um espírito que se desenvolve por meio da cooperação harmoniosa entre duas ou mais pessoas que se aliam com o objetivo de realizar uma determinada missão.

O que pode conseguir, com o auxílio desse princípio, qualquer grupo de vendedores inteligentes de apólices de seguro de vida que tenham apren­dido a aplicar a Lei do Master Mind, causará assombro até mesmo à pessoa mais otimista e imaginosa.

É a personalidade dos empregados que determina o grau de sucesso que o negócio irá alcançar. Modifiquemos essa personalidade, tornando-a mais agradável, e os negócios florescerão.

O objetivo principal de cada um, na vida, é sucesso. O triunfo, tal como é estudado no curso da Lei do Triunfo, consiste na realização de um obje­tivo principal definido, sem violação dos direitos alheios. Seja qual for o nosso objetivo na vida, nós o conseguiremos com muito menos dificuldade depois que tivermos aprendido a desenvolver uma personalidade agradável e também a delicada arte de aliar-se com os outros para um determinado empreendimento, sem os atritos e a inveja que levam milhões de pessoas à miséria, à necessidade e ao fracasso, todos os anos.

Com essa declaração de propósito do curso, o leitor poderá iniciar as lições com a impressão de que a sua personalidade está em vias de passar por uma transformação.

Sem poder não se pode alcançar grandes triunfos na vida, e ninguém gozará de poder sem personalidade suficiente para influenciar pessoas à cooperação, num espírito de harmonia.

Lição por lição, o resumo que vamos apresentar agora encerra o que se pode esperar obter com as 15 Leis do Triunfo:

1. Um objetivo principal definido: ensinará a maneira de economizar os es­forços desperdiçados pela maioria das pessoas que vivem eternamente procurando encontrar a sua verdadeira ocupação na vida. Essa lição mostrará como se pode abandonar para sempre as coisas vagas e fixar-se em qualquer objetivo definido e justo.

2. A confiança em si mesmo: ajudará a dominar os seis temores básicos que constituem um tormento para a vida de todas as pessoas: o medo da po­breza, o medo da doença, o medo da velhice, o medo da crítica, o medo de perder o amor de alguém e o medo da morte. Ensinará a diferença entre o egoísmo e a verdadeira confiança em si, pois esta é baseada num conhecimento definitivo e útil.

3. O hábito de economizar: ensinará a maneira de distribuir sistematica­mente os rendimentos, a fim de que seja possível acumular uma percen­tagem, formando-se assim uma das maiores fontes de poder individual que se conhece. Sem economizar, não é possível vencer na vida. Não há exceção a essa regra, e ninguém poderá escapar a ela.

4. Iniciativa e liderança: mostrarão de que maneira é possível tornar-se um líder, em vez de um adepto, em qualquer campo de atividade. Desenvolverão no

indivíduo o instinto da liderança, que o levará pouco a pouco a gravitar no alto de todos os empreendimentos de que participar.

5. A imaginação: estimulará o cérebro de tal forma que ele conceberá novas ideias para a realização do objetivo principal. Essa lição ensinará como “erguer casas novas com pedras velhas”, por assim dizer. Mostrará de que modo criar novas ideias com antigos e bem conhecidos conceitos, e como empregar de uma nova maneira ideias antigas. Essa lição, por si só, equivale a um curso prático sobre vendas e é certo que será uma verdadeira mina de ouro para os que necessitam de conhecimentos.

6. O entusiasmo: tornará possível infundir em todos aqueles com quem entramos em contato grande interesse por nós e por nossas ideias. O entusiasmo é a base de uma personalidade agradável e precisamos ter tal personalidade para influenciar os outros a cooperar conosco.

7. Autocontrole: é a balança com a qual controlamos o nosso entusiasmo, dirigindo-o para onde desejarmos. Essa lição nos ensinará, de maneira muito prática, a nos tornarmos “senhores do nosso destino e coman­dantes da nossa alma”.

8. O hábito de produzir mais trabalho do que o que é pago: é uma das mais importantes lições do curso da Lei do Triunfo. Ensinará como tirar van­tagens da Lei do Aumento de Lucro, que nos assegurará um rendimento em dinheiro muito maior do que o trabalho feito. Ninguém se torna um verdadeiro líder, em qualquer setor da vida, sem adquirir o hábito de produzir mais e melhor trabalho do que aquele que lhe é pago.

9. Uma personalidade agradável: é a base sobre a qual devemos apoiar nos­sos esforços, e, feito isso, de maneira inteligente, encontrar-se-á facili­dade para remover montanhas. Essa lição, por si só, tem feito dezenas de chefes de vendas. Tem desenvolvido líderes da noite para o dia. Ela nos ensinará a transformar nossa personalidade de modo que poderemos nos adaptar a qualquer ambiente, ou a outra qualquer personalidade, de maneira tal que poderemos facilmente dominar.

10. Pensar com segurança: é uma das pedras fundamentais de todo triun­fo duradouro. Essa lição nos ensinará a distinguir os “fatos” da mera “informação”. Mostrará a maneira de organizar os fatos conhecidos em duas classes: os “importantes” e os “sem importância”. Ensinará como determinar um fato “importante” e, ainda, a construir planos definitivos e exequíveis para a conquista de qualquer objetivo, por meio dos fatos.

11. A concentração: ensinará como focalizar a nossa atenção sobre um dado assunto até que tenhamos traçado planos práticos para dominar a questão. Ensinará a maneira de nos aliarmos aos outros, de modo a podermos fazer uso dos seus conhecimentos como um apoio para a execução dos nossos planos e objetivos. Adquiriremos, também, um conhecimento prático das forças que nos cercam e aprenderemos a empregar tais forças em favor dos nossos interesses.

12. A cooperação: mostrará o valor do trabalho em conjunto, em tudo o que fizermos. Essa lição ensina a maneira de aplicar a Lei do Master Mind descrita na introdução e na segunda lição do curso. Mostrará, também, o meio de coordenar os nossos próprios esforços com os dos outros, de tal maneira que os atritos, o ciúme, a discórdia e a cupidez serão eliminados. Aprenderemos a fazer uso de tudo o que as outras pessoas aprenderam sobre o trabalho em que nos empenhamos.

13. Tirar proveito dos fracassos: ensinará como fazer degraus decisivos dos erros e fracassos, passados e futuros. Mostrará a diferença entre “fra­casso” e “derrota temporária”, diferença essa que é imensa e de grande importância. Ensinará de que maneira tirar proveito dos próprios fra­cassos e dos fracassos dos outros.

14. A tolerância: ensinará como evitar os desastrosos efeitos dos preconcei­tos religiosos e raciais que significam derrota para milhões de pessoas que se deixam prender nas malhas de argumentos absurdos sobre tais assuntos, que envenenam seus espíritos e fecham a porta à razão e à investigação. Essa lição é irmã gêmea da lição sobre “Pensar com segu­rança”, pois ninguém pode pensar com acerto sem praticar a tolerância. A intolerância fecha o livro do conhecimento e escreve na capa: “Finis! Aprendi tudo.” A intolerância torna inimigos aqueles que deveriam ser amigos. Destrói a oportunidade, e enche o espírito de dúvidas, descon­fianças e preconceitos.

15. Praticando a regra de ouro: ensinará a fazer uso dessa grande lei universal de conduta humana, de tal maneira que se poderá, facilmente, conseguir a cooperação de qualquer pessoa ou grupo de pessoas.

Depois que o leitor tiver dominado as 15 leis, o que pode ser conseguido num período de 15 a 30 semanas, estará apto a desenvolver poder pessoal suficiente para assegurar a obtenção do seu objetivo principal definitivo.

O propósito dessas 15 leis é desenvolver — ou ajudar a organizar — todo o conhecimento que o leitor possui e tudo o que adquirir para o futuro, de modo a permitir que tudo isso se transforme em força, em poder.

Aquele que seguir as lições do curso da Lei do Triunfo deve ter sem­pre ao lado um caderno de notas, pois observará que durante a leitura começarão a surgir as ideias, bem como os meios de empregar essas leis em benefício dos seus interesses.

O poder é um dos três objetivos básicos do esforço humano.

Há duas classes de poder: a que é desenvolvida através da coordenação de leis físicas naturais e a que nasce da organização e classificação do conhecimento.

O poder que se origina do conhecimento organizado é o mais impor­tante, porque dá ao homem um instrumento que ele pode transformar, oferecendo-lhe nova direção, e por meio dele dominará, até certo ponto, a outra forma de poder.

Há dois métodos principais de adquirir conhecimento, a saber: estudar, classificar e assimilar fatos que já tenham sido organizados por outras pes­soas; colher, organizar e classificar, por método próprio, os fatos geralmente chamados de experiência pessoal.

Essa lição trata, principalmente, dos modos de estudar os fatos e dados reunidos e classificados por outras pessoas.

O grau de progresso conhecido por “civilização” é apenas a medida do conhecimento que a raça humana acumulou. Há duas espécies de conheci­mento: mental e físico.

Por meio de estudo, análise e medidas cuidadosas, o homem descobriu a grandeza do lado material do universo, representada pelos planetas, sóis e estrelas, alguns dos quais, segundo se sabe, são 10 milhões de vezes maiores que a pequenina Terra em que vivemos.

Por outro lado, o homem descobriu a pequenez das formas físicas que constituem o universo, reduzindo os mesmos 92 elementos químicos a moléculas, átomos e, finalmente, à partícula mínima: o elétron. Um elétron não pode ser visto; é apenas um centro de forças, consistindo num positivo ou num negativo. O elétron é o começo de tudo o que tenha natureza física.

Moléculas, átomos e elétrons

Para compreender tanto o detalhe como a perspectiva do processo por meio do qual o nosso conhecimento é reunido, organizado e classifica­do, parece essencial, para o leitor, começar pelas menores e mais simples partículas da matéria física, pois estas são o á-bê-cê com que a natureza formou toda a estrutura da parte física do universo.

A molécula consiste em átomos, que são pequenas partículas invisíveis de matéria, movendo-se continuamente com uma velocidade do relâmpa­go exatamente de acordo com o mesmo princípio segundo o qual a Terra gira em torno do Sol.

Essas pequenas partículas da matéria, conhecidas como átomos, que vivem nesse giro contínuo, são formadas de elétrons, que são as partícu­las mínimas da matéria física. Conforme já foi dito, o elétron nada mais é do que uma força de duas espécies. O elétron é uniforme, e apenas de uma classe, tamanho e natureza; assim, num grão de areia ou numa gota de água, duplica-se todo o princípio sobre o qual opera o universo.

Que maravilha! Que coisa estupenda! O leitor poderá ter uma pequena ideia da magnitude de tudo isso na próxima refeição que fizer, lembrando-se de que cada espécie de alimento que ingere, o prato que contém a comi­da, a toalha da mesa, a própria mesa, em última análise, nada mais são do que uma coleção de elétrons.

No mundo da matéria física, quer contemplemos a maior estrela que cin­tila nos céus, quer o menor grão de areia encontrado na Terra, o objeto que observamos nada mais é que uma coleção organizada de moléculas, átomos e elétrons, girando um em torno do outro, numa velocidade inconcebível.

Cada partícula da matéria se acha num contínuo estado de movimento altamente agitado. Quase toda matéria, entretanto, aparentemente, não tem movimento. Não há matéria “sólida”. A mais rija peça de aço nada mais é do que uma massa organizada de moléculas, átomos e elétrons em movi­mento. Mais ainda, os elétrons numa peça de aço são da mesma natureza, animados da mesma média de velocidade que os elétrons do ouro, da prata, do bronze ou do estan

As 92 formas físicas de matéria parecem ser diferentes umas das outras, e são diferentes, porque são feitas de diferentes combinações de átomos, conquanto os elétrons, nesses átomos, sejam sempre os mesmos; apenas al­guns são positivos e outros são negativos, o que significa que alguns contêm uma carga positiva e outros uma carga negativa de eletrificação.

Por meio da química, a matéria pode ser partida em átomos, que são, em si mesmos, imutáveis. Os 92 elementos são criados mediante as com­binações e transformações das posições dos átomos. Para ilustrar o modus operandi da química, em virtude da qual se processa essa transformação da posição atômica, falemos em termos da ciência moderna:

Acrescentando-se quatro elétrons (dois positivos e dois negativos) ao áto­mo de hidrogênio, ter-se-á o elemento lítio; retirando-se do átomo do lítio (composto de três elétrons positivos e três negativos) um elétron positivo e outro negativo, ter-se-á um átomo de hélio (composto de dois elétrons positivos e dois negativos).

Assim, pode-se ver que os 92 elementos químicos do universo diferem uns dos outros apenas quanto ao número de elétrons que compõem os seus átomos e quanto ao número e combinação desses átomos nas moléculas de cada elemento.

Por exemplo: um átomo de mercúrio contém 80 cargas positivas nos seus núcleos e 80 negativas. Se o químico pudesse tirar dois dos seus elé­trons positivos, teria conseguido instantaneamente o metal conhecido como platina. Se fosse um pouco além e tirasse daí um elétron negativo, o átomo de mercúrio perderia então dois elétrons positivos e um negativo, isto é, uma carga positiva ao todo; consequentemente, conservaria 79 car­gas positivas no núcleo e 79 negativas, transformando-se assim em ouro!

A fórmula por meio da qual essa transformação pode ser produzida tem sido objeto de pesquisas diligentes da parte dos alquimistas de todas as eras e dos químicos de hoje.

É fato bem conhecido de todo químico que, literalmente, dezenas de milhões de substâncias sintéticas podem ser compostas de quatro espécies de átomos: hidrogênio, oxigênio, nitrogênio e carbono.

As diferenças no número de elétrons nos átomos conferem-lhes diferen­ças qualitativas (químicas), embora todos os átomos de qualquer elemento sejam quimicamente idênticos. As diferenças no número e na combinação desses átomos no espaço (em grupos de moléculas) constituem tanto as diferenças físicas como as químicas das substâncias, isto é, nos compostos. Substâncias inteiramente diversas são produzidas precisamente pelas com­binações das mesmas espécies de átomos, mas em diferentes proporções.

Tomemos de uma molécula de certas substâncias, um simples átomo, e elas se transformarão, de um composto necessário à vida e ao crescimento, num veneno mortal. O fósforo é um elemento e, assim, contém apenas uma espécie de átomo; mas o fósforo é, às vezes, amarelo, outras vezes, vermelho, variando conforme a distribuição espacial dos átomos nas moléculas que o compõem.

Pode-se afirmar que o átomo é a partícula universal com que a natureza constrói todas as formas da matéria, desde o grão de areia até a maior das estrelas que cintilam no espaço. O átomo é o material de construção da na­tureza, com o qual ela faz erguer um carvalho ou um pinheiro, uma rocha de pedra e areia ou de granito, um rato ou um elefante.

Alguns dos maiores pensadores têm julgado que o mundo em que vi­vemos e toda partícula material que nele existe tiveram início quando dois átomos se ligaram um ao outro e durante centenas de milhões de anos de voo, através do espaço, conservaram-se em contato, acumulando outros átomos, até que, passo a passo, a Terra se formou. Isso, acentuam eles, ex­plicaria as diferentes camadas da substância terrestre, tais como as minas de carvão, os depósitos de ferro, de ouro, de prata, de cobre etc.

Essa breve referência aos fatos relacionados com as menores partículas da matéria será o ponto de partida para o nosso empreendimento, isto é, encontrar a maneira de desenvolver e aplicar a Lei do Poder.

Já dissemos que toda matéria está em constante estado de vibração ou mobilidade, que a molécula é formada de partes móveis chamadas átomos, os quais, por sua vez, são formados de partículas que se movem com grande velocidade e que se chamam elétrons.

O fluido que faz vibrar a matéria

Em cada partícula da matéria há um “fluido” invisível ou força que obriga os átomos a girar um em torno do outro, num ritmo inconcebível de velo­cidade.

Esse fluido é uma forma de energia que nunca foi analisada. Assim, tem deixado perplexo o mundo científico. Para muitos cientistas o fluido é a mesma energia que chamamos eletricidade. Outros preferem chamá-lo de vibração. Alguns pesquisadores acreditam que a velocidade com que essa força — como quer que a chamemos — se movimenta determina, em grande parte, a natureza do aspecto dos objetos físicos do universo.

Uma quantidade de vibração dessa “energia-fluido” é a causa do que conhecemos com o nome de som. O ouvido humano pode captar apenas o som que é produzido mediante cerca de 32 mil a 38 mil vibrações por segundo. Quando a média de vibrações vai além do que chamamos som, essas vibrações começam a se manifestar na forma de calor. O calor começa com cerca de 1.500.000 de vibrações por segundo.

Quando se eleva ainda mais, a escala de vibrações começa a registrar-se sob a forma de luz. Três milhões de vibrações por segundo criam uma luz violeta. Acima desse número, as vibrações produzem os raios ultravioleta (que são invisíveis a olho nu) e outras radiações invisíveis.

E ainda mais alto na escala — num grau que não se conhece ainda, se­gundo parece —, as vibrações criam a força que produz o pensamento hu­mano.

Acreditamos que a porção de fluido de cada vibração, da qual nascem todas as formas conhecidas de energia, é de natureza universal: que a por­ção de fluido do som é igual à porção de fluido da luz, sendo a diferença entre o som e a luz apenas uma diferença de quantidade de vibração, e, ainda, que a porção de fluido do pensamento seja exatamente a mesma que a do som, do calor e da luz, diferindo apenas no número de vibrações por segundo.

Da mesma maneira que só há uma forma de matéria que compõe a Terra e todos os outros planetas, sóis e estrelas — o elétron —, há apenas uma forma de “energia-fluido”, que leva toda a matéria a permanecer num estado constante e rápido de movimento.

Ar e éter

O grande espaço entre o Sol, a Lua, as estrelas e outros planetas con­tém uma forma de energia que se chama éter. Acreditamos que a “ener­gia-fluido” que mantém em movimento todas as partículas da matéria seja o mesmo fluido universal conhecido por éter e que preenche todo o espaço. A uma certa distância da superfície da Terra, calculada por alguns em cerca de 8 quilômetros, existe o que se chama ar, substância gasosa composta de oxigênio e nitrogênio. O ar é o condutor das vibra­ções do som, mas não conduz a luz ou as vibrações mais altas, que são

conduzidas pelo éter. Esse é o condutor de todas as vibrações, desde o som até o pensamento.

O ar é uma substância localizada, cuja função principal é alimentar a vida de todos os animais e plantas com o oxigênio e o nitrogênio, sem o que nenhum ser vivo existiria. Perto do cimo das montanhas muito altas o ar se torna muito rarefeito, porque contém muito pouco nitrogênio, razão pela qual a vida vegetal não pode existir ali. Por outro lado, a “leveza” do ar, constatada nas grandes altitudes, consiste, sobretudo, em oxigênio, e é por essa razão que as pessoas atacadas de tuberculose são enviadas para as montanhas.

Em apoio às nossas teorias concernentes à vibração transcrevemos as palavras do falecido dr. Alexander Graham Bell, inventor do telefone e uma das mais reputadas autoridades sobre o assunto:

Suponhamos que alguém tenha o poder de fazer uma barra de ferro vi­brar com uma frequência determinada num quarto escuro. A princípio, quando a vibração for ainda vagarosa, seus movimentos serão indicados apenas por um dos cinco sentidos: o tato. Logo que as vibrações aumen­tarem, emitirão um som baixo e, então, já apelam para dois dos sentidos: o tato e audição.

Com cerca de 32 mil vibrações por segundo, o som tornar-se-á bem alto e agudo, mas com 40 mil vibrações será quase imperceptível, e os movimen­tos da barra de ferro não serão mais percebidos pelo tato. Deixam de ser percebidos pelos sentidos humanos.

Deste ponto, a aproximadamente 1.500.000 vibrações por segundo, não temos nenhum sentido capaz de apreciar qualquer efeito das mesmas. De­pois de alcançada essa fase, o movimento é indicado, primeiro, pela sen­sação da temperatura e, então, quando a barra de ferro se torna rubra, im­pressiona a visão. Acima, teremos os raios ultravioleta e outras radiações invisíveis, algumas das quais podem ser percebidas por meio de aparelhos, e empregadas por nós.

Ocorreu-me que deve haver muito a aprender sobre o efeito dessas vibrações, no grande abismo onde os sentidos humanos não são capazes de ouvir, ver ou sentir movimentos. O poder de enviar mensagens pelo telégrafo sem fio, por meio das vibrações do éter, põe uma ponte sobre o abismo, mas esse é tão grande que há muita coisa por fazer. É preciso fabricar máquinas que forneçam praticamente novos sentidos, como fazem os instrumentos da telegrafia sem fio

Poder-se-á afirmar, ao se refletir sobre esse grande abismo, que não existem muitas formas de vibração que podem dar resultados tão mara­vilhosos, ou até mesmo mais do que as ondas do rádio! Parece-me que nesse abismo jazem as vibrações que julgamos abandonadas pelos nossos cérebros e células nervosas quando pensamos. Mas, então, novamente, elas poderiam elevar-se na escala além das vibrações que produzem os raios ultravioleta*.

Precisamos de um fio para transmitir essas vibrações? Não passarão elas através do éter, sem qualquer fio, exatamente como fazem as ondas hertzianas? Como serão elas percebidas pelo receptor? Ouvirá ele uma série de sinais ou sentirá que os pensamentos de outros homens penetraram no seu cérebro?

Podemos condescender com algumas especulações baseadas no que conhecemos sobre as ondas do telégrafo sem fio, que são, como já tivemos ocasião de dizer, tudo o que podemos reconhecer de uma vasta série de vibrações que, teoricamente, devem existir. Se as ondas do pensamento são iguais às ondas do rádio, elas devem passar do cérebro e fluir infinitamente, em torno do mundo e do universo. O corpo, o crânio e outros obstáculos sólidos não constituiriam embaraços à sua passagem, pois elas passam através do éter que rodeia as moléculas de todas as substâncias, por sólidas ou densas que sejam.

Pode-se perguntar se não haveria constante interferência e confusão se os pensamentos dos outros fluíssem através do nosso cérebro e estabelecessem nele pensamentos que não se originaram em nós?

Como é que podemos saber se não interferem nesse mesmo instante com os nossos? Tenho notado muitos fenômenos de perturbações de espírito que nunca me foram possíveis explicar. Por exemplo, será a inspiração ou o desânimo que um orador sente ao dirigir-se ao público? Tenho experimentado isso várias vezes e nunca pude definir exatamente as causas físicas desse fato.

Muitas descobertas científicas recentes, na minha opinião, anunciam o dia não distante, talvez, em que os homens lerão os pensamentos uns dos outros, em que os pensamentos serão enviados diretamente de cérebro a cérebro, sem intervenção da palavra, da escrita ou de qualquer dos atuais meios de comunicação.

Não será desarrazoado antever uma época em que veremos sem olhos, ouviremos sem ouvidos e falaremos sem língua.

Em suma, a hipótese de que um espírito pode comunicar-se diretamente com outro se apoia na teoria segundo a qual o pensamento, ou força vital, é uma forma de perturbação elétrica, que pode ser captada por indução e transmitida a distância, através de um fio ou, simplesmente, através do éter, como no caso das ondas do telégrafo sem fio.

Muitas analogias sugerem que o pensamento tem a mesma natureza de um distúrbio elétrico. Um nervo, que é da mesma substância do cérebro, é excelente condutor da corrente elétrica. A primeira vez que passamos uma corrente elétrica pelos nervos de um morto ficamos estarrecidos ao vê-lo levantar-se e mover-se. Os nervos eletrificados produziam a contração dos músculos, como acontece em vida.

Parecem agir sobre os músculos como a corrente elétrica age sobre um eletromagneto. A corrente magnetiza uma barra de ferro colocada em ângulo reto com a mesma, e os nervos produzem, através da corrente in­tangível da força vital que os percorre, a contração das fibras musculares que são dispostas em ângulo reto com eles.

Seria possível citar muitas razões mostrando como o pensamento e a força vital podem ser considerados como sendo da mesma natureza que a eletricidade. Sustenta-se que a corrente elétrica é uma onda do éter em movimento, uma onda do éter, essa substância hipotética que enche todos os espaços e cerca todas as substâncias. Acreditamos que deve haver éter, pois sem ele a corrente elétrica não poderia passar pelo vácuo, ou a luz do Sol através do espaço. É razoável acreditar que apenas uma onda se­melhante

em movimento possa produzir os fenômenos do pensamento e da força vital. Podemos afirmar que as células do cérebro agem como uma bateria e que a corrente produzida corre através dos nervos.

Mas isso terminará aí? Não passará além do corpo, em ondas que fluem em torno do mundo, imperceptíveis aos nossos sentidos, do mesmo modo que as ondas do telégrafo sem fio passaram despercebidas, antes que Hertz e outros descobrissem sua existência?

Cada cérebro é, ao mesmo tempo, uma estação transmissora e receptora

Temos provado inúmeras vezes, para nossa própria satisfação pelo me­nos, que todo cérebro humano é, ao mesmo tempo, uma estação transmis­sora e receptora para as vibrações da frequência do pensamento.

Se essa teoria se tornar uma realidade e se for possível estabelecer mé­todos adequados de controle, imagine-se a importância que isso terá para o trabalho de reunir, classificar e organizar conhecimentos. A simples ideia de tal possibilidade faz vacilar o nosso espírito.

Thomas Paine foi um dos maiores espíritos do período revolucionário americano. A ele, talvez mais que a qualquer outro, devemos o início e o re­sultado feliz da Revolução, pois foi o seu espírito elevado que ajudou tanto a redigir a Declaração da Independência como a convencer os signatários do documento a traduzi-lo em termos de realidade.

Falando sobre a origem desse grande “depósito” de conhecimento, Paine assim o descreveu:

Quem quer que tenha feito observações sobre o estado do progresso do espírito humano, estudando o seu próprio espírito, não pode deixar de ter notado que existem duas classes distintas de pensamentos: os que produzi­mos em nós mesmos, por meio da reflexão e do ato de pensar, e os que se esgueiram no nosso cérebro, por conta própria. Adotei sempre a regra de tratar com civilidade esses visitantes voluntários, tendo o cuidado de examiná-los, tanto quanto possível, para ver se mereciam ser cultivados: e é com esses pensamentos que tenho adquirido quase todo o conhecimento que possuo. Quanto à instrução adquirida por todos os que frequentam escolas, serve apenas como um pequeno capital, para colocar o indivíduo em condições de aprender por si mesmo daí em diante. Afinal de contas, toda pessoa que tem instrução é sempre o seu próprio professor, isso pela simples razão de que os princípios não podem ser aprendidos de cor; o seu lugar de residência, no espírito, é a compreensão, e eles nunca são tão dura­douros como quando começam por concepção.

Nas palavras de Paine, que acabamos de transcrever, o grande patriota e filósofo americano referiu-se a uma experiência que, num momento ou noutro, é a experiência de todos nós. Existirá alguém tão infeliz a ponto de não ter tido evidências positivas de que os pensamentos, até mesmo ideias completas, surgem no cérebro vindos de fontes externas?

Que meio de condução existiria para tais visitantes a não ser o éter, que preenche o espaço sem limites do universo? É ele o meio de condução para todas as formas de vibração que conhecemos, tais como o som, a luz e o calor. Por que motivo não seria também o meio de transmitir a vibração do pensamento?

Cada espírito, ou cérebro, está diretamente ligado a outros espíritos por meio do éter. Cada pensamento emitido por um cérebro é imediatamente apanhado e interpretado por todos os outros que estão em contato com o cérebro transmissor. Temos tanta certeza disso como estamos certos de que a fórmula química H2O produz a água.

A possibilidade de que o éter se torne o condutor dos pensamentos, de cérebro a cérebro, não é ainda a mais assombrosa das suas realizações. Acreditamos que toda vibração de pensamento emitida por qualquer cérebro, e apanhada pelo éter, é mantida em movimento, em ondas cuja extensão corresponde à extensão da energia empregada na sua transmissão; que essas vibrações permanecem em movimento contínuo, que são uma das fontes das quais os pensamentos podem despontar no cérebro de que emanam, caso o outro cérebro esteja em contato constante e direto, através do éter, com o cérebro que transmitiu a vibração do pensamento.

Desse modo, veremos, se essa teoria for um fato, que espaço sem limites do universo é e continuará a ser uma biblioteca mental, na qual podem ser encontrados todos os pensamentos transmitidos pela humanidade.

Lançamos aqui os alicerces para uma das mais importantes hipóteses enumeradas na lição sobre a “Confiança em si mesmo”, fato que o estudante deve ter em mente quando se aproximar dessa lição.

É uma lição sobre o conhecimento organizado. A maioria do conheci­mento útil de que a raça humana se tornou herdeira foi cuidadosamente preservada e sinceramente anotada na bíblia da natureza páginas dessa bíblia inalterável, o homem lê a história da terrível luta que permitiu o crescimento da civilização da nossa época. As páginas dessa bíblia são formadas de elementos físicos que constituem a Terra e os outros planetas, e do éter, que preenche todos os espaços.

Voltando às pinturas rupestres ocultas na superfície da Terra, o homem encontrou ossos, esqueletos, pegadas e outros sinais indiscutíveis da história da vida animal, que a natureza ali semeou, para esclarecê-lo e guiá-lo em períodos de tempo de incrível duração. As grandes páginas de pedra da bíblia da natureza, encontradas na terra, e as páginas sem-fim da bíblia constituída pelo éter, que registrou todo o pensamento humano no pas­sado, constituem uma fonte autêntica de comunicação entre o Criador e o homem. Essa bíblia foi iniciada antes de o homem atingir a fase do pensa­mento, ou mesmo antes de ter ele alcançado o grau de desenvolvimento da ameba (animal unicelular).

Não há poder humano capaz de alterar essa bíblia. Além disso, ela conta sua história não em línguas antigas e mortas, ou em hieróglifos de raças semisselvagens, mas numa linguagem universal, que pode ser lida por to­dos. A bíblia da natureza, de onde tiramos todos os conhecimentos que vale a pena possuir, não pode ser alterada por nenhum homem.

A descoberta mais extraordinária feita pelo homem foi a do princípio do rádio, que opera com o auxílio do éter, essa parte importante da bíblia da natureza. Imaginemos o éter recolhendo a vibração ordinária do som, e transformando-a de audiofrequência em radiofrequência e conduzindo-a para uma estação receptora sintonizada, e fazendo-a voltar à sua primeira forma de audiofrequência, tudo isso em um segundo apenas. Não é de sur­preender que tal força possa colher a vibração do pensamento, e conservar essa vibração em movimento contínuo.

O fato já estabelecido e muito conhecido da transmissão instantânea do som, através do éter, por meio dos modernos aparelhos de rádio, faz passar, do possível para o provável, a teoria da transmissão do pensamento de um cérebro para outro.

Crer em heroísmo é fazer heróis.

Disraeli


 
 
 

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